A Arquitetura das Escolas Portuguesas: Espaços que Inspiram e Educam

24-06-2024

Jorge Teixeira e Alexandre Arieira Silva, através da sua participação nos podcasts realizados pela PREVIFORM, Lda, no âmbito do projeto LEARNITECT - Meeting of Innovative Learning Design and Inclusive Learning Spaces, propõem uma reflexão sobre a arquitetura das escolas portuguesas. Este artigo tem como objetivo apresentar algumas considerações sobre esta realidade.

A estrutura das escolas portuguesas mudou muito nas últimas décadas, adaptando-se aos novos métodos de ensino e às exigências educativas dos alunos. À medida que a atenção se volta para a criação de espaços de aprendizagem inclusivos e inovadores, a conceção de edifícios escolares é agora essencial para o sucesso educativo. No passado, as escolas em Portugal seguiam modelos padronizados que eram inflexíveis e não atendiam às diversas necessidades dos alunos. Estas estruturas frequentemente enfatizavam a praticidade em detrimento do conforto e da beleza, levando a espaços que, embora funcionais, não fomentavam a criatividade ou o bem-estar dos alunos. No entanto, a abordagem começou a mudar nos últimos anos.

O projeto LEARNITECT enfatiza a importância de criar ambientes que atendam aos requisitos práticos e também incentivem e inspirem os alunos. A arquitetura escolar portuguesa contemporânea é tipicamente projetada tendo em mente maior flexibilidade e adaptabilidade, integrando princípios de sustentabilidade, acessibilidade e métodos de ensino inovadores. Esta nova abordagem incentiva o estabelecimento de ambientes que promovam a colaboração, a criatividade e o crescimento geral dos alunos. Uma demonstração deste método inovador é a incorporação de áreas amplas, abertas e multifuncionais. Muitas escolas abandonaram as salas de aula tradicionais em favor de espaços flexíveis que podem ser facilmente alterados para se adequarem a diversas atividades permitindo que os professores personalizem o ambiente para atender às necessidades específicas de suas aulas, incentivando uma maior interação dos alunos e um estilo de ensino dinâmico.

A sustentabilidade é hoje um elemento-chave na arquitetura escolar moderna. Numerosas escolas recentemente construídas e melhoradas incorporam materiais ecológicos e tecnologias energeticamente eficientes, como painéis solares e sistemas de reutilização de água. Estes esforços não só reduzem a pegada ambiental das escolas, mas também funcionam como ajudas educativas, educando os alunos sobre a importância da sustentabilidade e preservando os recursos naturais.

Outro aspeto crucial é a acessibilidade. As escolas portuguesas estão a implementar designs inclusivos que facilitam o acesso e a utilização por todos os alunos, independentemente das suas capacidades físicas. Nos novos projetos escolares, rampas, elevadores, salas de aula adaptadas e casas de banho acessíveis tornaram-se comuns para garantir que todos os alunos possam participar plenamente das atividades educativas. Apesar destas melhorias, ainda existem obstáculos. Numerosas escolas em Portugal, especialmente nas regiões rurais e subdesenvolvidas, continuam a funcionar em estruturas ultrapassadas que não cumprem os atuais padrões de conforto e eficiência. A renovação destes edifícios necessita de financiamento substancial e de uma colaboração bem-sucedida entre os vários níveis governamentais e a comunidade. Além disso, a introdução de novas tecnologias educativas nas escolas mais antigas pode colocar desafios e exigir investimentos financeiros significativos. O uso bem-sucedido de ferramentas digitais, como quadros interativos e dispositivos móveis, exige a infraestrutura física correta, bem como formação contínua dos professores.

Em suma, escolas portuguesas estão em processo de mudança da sua arquitetura para incorporar uma abordagem mais ampla e abrangente à educação. Ambientes educacionais adaptáveis, duradouros e acessíveis estão se a tornar padrão, promovendo espaços que atendem aos requisitos académicos e, ao mesmo tempo, que estimulem a inspiração e a motivação dos alunos. Apesar dos desafios constantes, a dedicação à inovação e à inclusão continua na vanguarda da definição da arquitetura escolar em Portugal, garantindo um futuro onde todas as crianças possam prosperar e aprender em ambientes que estimulem o seu crescimento global.

Referências Bibliográficas:

Teixeira, J., & Silva, A. A. (2024, Março 23). Arquitetura das escolas portuguesas [Audio podcast]. Em PREVIFORM Podcasts. PREVIFORM, Lda. https://www.previform.pt/l/podcast-arquitetura-das-escolas-portuguesas-architecture-of-portuguese-schools/

Ministério da Educação de Portugal. (2018). Decreto-Lei n.º 54/2018: Princípios e medidas para a educação inclusiva. Lisboa: Imprensa Nacional.

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